sexta-feira, 5 de julho de 2013

Massacre de My Lai – Atrocidades de guerra

My Lai é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de pessoas, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior carnificina de civis acontecido durante a Guerra do Vietnã. 
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Na véspera da operação, integrantes da Companhia Charlie, da 11ª Brigada de Infantaria, mandados à província por denúncias de que a área estaria servindo de abrigo para guerrilheiros da FNL (Frente Nacional de Libertação do Vietnã), foram informados pelo comando norte-americano que os habitantes de My Lai e das aldeias vizinhas saíam para o mercado da província as sete da manhã para compra de alimento e que, consequentemente, aqueles que ficassem na área seriam guerrilheiros vietcongs ou simpatizantes.
Como consequência, integrantes de um dos pelotões da companhia, comandados pelo tenente William Calley, rumaram para o lugar. Muitos soldados dessa unidade haviam sido mortos ou feridos em combates, nos dias anteriores.
Quando as tropas penetraram na localidade, o tenente Calley, lhes disse: "É o que vocês estavam esperando: uma missão de procurar e aniquilar". Calley diria mais tarde ter recebido ordens para "limpar My Lai", considerada um feudo dos combatentes da FNL. "As ordens eram para assassinar tudo o que se mexesse", diria mais tarde um dos militares americanos ao repórter Seymour Hersh, que daria a saber ao mundo o horror praticado pelo exército dos EUA naquela localidade.
Sob o comando de Calley, o pelotão não poupou ninguém. Em somente quatro horas, mataram os animais, queimaram as choupanas, violaram e mutilaram as mulheres, assassinaram homens e trucidaram as crianças. Para sobreviver, alguns habitantes tiveram que fingir-se de mortos, passando horas no meio dos cadáveres. No final da orgia de sangue, havia 504 cadáveres dos aldeões, em sua vasto maioria idosos, mulheres e crianças (cerca de 170), todos desarmados e assassinados a sangue frio. Ron Haeberle, fotógrafo militar que acompanhava o pelotão, encarregou-se de eternizar a carnificina.
No Ocidente, o incidente é divulgado como o carnificina de My Lai, e no Vietnã, como Son My, o nome do aldeia a que pertenciam as quatro aldeias, entre elas My Lai, que serviram de cenário para a orgia matinal de atrocidades, celebrada pelos homens da Companhia Charlie, dirigida pelo capitão Ernest Medina.
Cerca de vinte pessoas sobreviveram. As casas foram incendiadas, e as quatro aldeias reduzidas a cinzas. Quando acabou a guerra, em 1975, alguns voltaram para recomeçar a vida na terreno de seus ancestrais. Seis deles permanecem na sociedade, rebatizada pela República Socialista do Vietnã como Tinh Khe.
O carnificina só foi interrompido graças à iniciativa heróica do piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a carnificina, pousou o aparelho e ameaçou disparar com as metralhadoras de sua própria nave contra os soldados americanos.
O crime só veio a público um ano após, devido a denúncias saídas de dentro do exército, por soldados que testemunharam ou ouviram os detalhes do acontecimento – e um deles, Ronald Ridenhour, escreveu a diversos integrantes do governo americano, inclusive ao Presidente Nixon – e chegaram a órgãos de imprensa e às televisões. Jornalistas independentes conseguiram fotos dos assassinatos e as estamparam na mídia mundial, ajudando a alongar o horror e os esforços dos pacifistas a pressionar o governo Nixon a se retirar do Vietnã.
Em março de 1970, 25 soldados foram indiciados pelo exército dos Estados Unidos por crime de guerra e ocultação de fatos e provas no acontecimento de My Lai. Comparado pela mídia aos genocídios de Oradour-sur-Glane e Lídice durante a Segunda Guerra Mundial, que causou a pena e execução de diversos oficiais nazistas, somente o tenente William Calley, comandante do pelotão responsável pelas mortes foi acusado e julgado.
sentenciado à prisão perpétua, Calley foi absolvido dois dias após da difusão da decisão pelo Presidente Richard Nixon, cumprindo uma penalidade alternativa de três anos e meio em prisão domiciliar na base militar de Fort Benning, na Geórgia.
Para quem tiver coragem de ver, tem muitas fotos dos mortos na página da Wiki:
Fonte: Wiki
Me pergunto o que leva alguem a perder a própria humanidade ao ponto de cometer atrocidades como esta, uma pessoa separada pode ser taxada de um manico, um maluco. Mas e um pelotão inteiro?
Acho que guardamos um demônio dentro de cada um de nós, ele só espera a oportunidade aparecer para saciar sua sede de sangue.

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