Dois amigos, depois de um exaustivo dia de trabalho, conversam sobre aonde iriam passar o feriado de Carnaval.
Antônio disse que iria para sua cidade natal, fazia muitos anos que não retornava e já estava devendo uma visita a sua mãe e amigos.
Fernando neste momento lamenta, disse que ficaria em casa, alegando não ter para onde ir, seu amigo num ato de solidariedade o convida para viajarem juntos.
Aceitou na mesma hora, e no dia combinado, partiram os dois, essa que seria a viagem inesquecivel para ambos. Fernando era o mais animado, conheceu a cidade em apenas dois dias, e no final do primeiro já era querido por todos. No entanto notou que na cidade havia muitas casas abandonadas.
Em uma noite de muito calor todos estavam na rua se refrescando, jogando conversa fora, quando um dos presentes pergunta a hora. Ouviu alguém dizer que faltava quinze minutos para as dez e sem demora despediu-se dos demais, e instantâneamente todos repetem o ato.
Quando se dão conta percebem que são os unicos na rua, e Antônio tratou de apressar o amigo para que entrem também. O relogio indicava 10 horas em ponto ouvia-se como no passe de mágica o galope dos cavalos e as pessoas que os montavam gritavam e riam muito, disparando tiros para o céu.
Todos pareciam ignorar tal fato menos Fernando perplexo pergunta quem eram as pessoas do lado de fora.
Antes que alguém pudesse responder a mãe do amigo diz se tratar apenas de pessoas que passavam pela cidade na mesma hora batem a porta, Fernando girava a maçaneta quando todos o censuram causando-lhe enorme susto:
- Não abra!!
- Porque? Não estão batendo!? – Indagou exaltado o visitante.
- Eu sei o que querem – disse a dona da casa.
- E o que querem?
- Você não vai querer saber – disse Antônio colocando um ponto final na conversa.
Passado o susto retiram-se para seus quartos, no dia seguinte, logo após o café da manhã partem para mais um dia de passeio, desta vez o roteiro leva a um rio que cortava a pequena cidade, retornam somente a tarde completamente exaustos.
Evitavam comentar os eventos da noite passada, Fernando para não estragar a viagem coloca uma pedra sobre o assunto. Ao anoitecer, todos se reuniram novamente na calçada, pareciam a vontade, cantavam, dançavam, quando um senhor ao olhar a hora percebe que falta menos de 8 minutos para as 10 horas e avisa aos demais, e como em um ritual pouco a pouco todos se retiram.
Dentro de casa ouvem a mesma agitação da noite anterior e novamente batidas na porta. Sem se importar com o apelo dos presentes Fernando vai de encontro a porta não vê ninguem e sai em disparada a rua, para sua surpresa não avista se quer uma pessoa e todo o barulho acaba.
Volta para dentro indignado e pergunta:
- O que esta acontecendo aqui?
- Antônio tenta em vão dizer que nada acontecia, mas antes mesmo de explicar é contido por Fernando que diz querer saber a verdade. Uma pequena pausa e eis que a verdade vem a tona:
- O que você ouviu eram fantasmas.
- Como assim fantasma? Essas coisas não existem!
- Mas eram pode acreditar.– Disse angustiado Antônio.
- E o que queriam? Pergunta em tom de deboche.
- Vou contar a historia do inicio – Diz a velha matriarca.
- Quando a cidade era apenas um vilarejo existia uma quadrilha que assaltava varias cidades da região eles retornavam aqui sempre na ultima sexta-feira do mês.
- Minha bisavó disse que atrairam o bando a uma determinada casa e do lado de fora atiraram até que todos estivessem mortos, mas o lider do grupo não estava presente, foi caçado e apanhado dois dias depois o enforcaram em praça publica as 10 horas da noite; antes de morrer profetizou: daquele momento em diante ao badalar do relogio indicando 2 horas para o novo dia quem se atrevesse a sair nas ruas seria seu escravo pela eternidade.
Irônico, Fernando ri e pergunta se alguém já havia saído para fora a resposta é negativa. Visivelmente irritado lança uma pergunta:
- Porque todos vocês não vão embora da cidade?
- E para onde eu iria meu rapaz? Não conseguiria viver na capital, aqui é meu lar!
Quarta-feira de cinzas, depois do almoço os amigos retornam, até este momento nada acontece. Esquecido os fatos, Fernando retoma sua vida, corrida e agitada. Mas fatos bizarros começam acontecer, telefonemas estranhos que ao atender simplesmente emudecem, pessoas chamando a sua porta e a sensação que a todo momento alguém o vigiara. Numa certa noite em sua casa batem a porta passava um filme muito interessante no qual ele não queria perder nenhum detalhe abre a porta sem olhar, quando vira-se confronta um misterioso cavaleiro fantasma, possuindo longos e imponentes cabelos negros, além de chapéu, sobretudo e luvas pretas num visual macabro; montado em um cavalo esquelético, de longas crinas e olhos de sangue, batia os cascos ao ponto de soltar faiscas, relinchava sem parar parecendo rir do pobre coitado; eis que o mensageiro da morte pragueja:
- Não pense nem por um segundo que você não está em perigo! Vim buscar o que é meu por direito sua alma!
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