Nascida em 25 de julho de 1920, Franklin se destacou nas aulas de ciência desde criança, e estudou em uma das poucas escolas para garotas em Londres que ensinavam física e química naquela época. Aos 15 anos, ela decidiu se tornar cientista. Seu pai era contra o ensino superior para mulheres, e queria que Rosalind prestasse serviço social. Ele, no entanto, cedeu, e em 1938 a jovem se matriculou no Newnham College, uma faculdade só para mulheres da Universidade de Cambridge, onde se formou em 1941. No ano seguinte, passou a trabalhar com pesquisa no Reino Unido, e promoveu pesquisas importantes sobre o carbono e microestrutura de grafite. Foi essa a base para seu doutorado, obtido em 1945.
Depois de sair de Cambridge, Rosalind Franklin passou três anos em Paris, onde pesquisou sobre técnicas de difração de raios-x. Em 1951, voltou à Inglaterra como pesquisadora no laboratório do físico John Randall no King's College de Londres. Foi lá que encontrou Maurice Wilkins. Eles lideravam por grupos de pesquisa e mantinham projetos paralelos, ambos sobre o DNA. Quando Randall passou a Rosalind a responsabilidade por seu projeto, ninguém trabalhava naquela pesquisa havia meses. Wilkins estava fora do laboratório naquela época, e quando voltou pensava que ela era apenas uma assistente técnica, não uma colega - e principal pesquisadora do assunto no laboratório.
As mulheres ainda eram desvalorizadas na academia nos anos 1950. Apenas homens tinham permissão de utilizar os restaurantes da universidade, e havia diversos estabelecimentos voltados apenas para um sexo. Nesse contexto, o comportamento dos cientistas a respeito de Franklin não era surpreendente. Mesmo assim, chama atenção o desprezo apresentado por seus colegas de laboratório em cartas reveladas recentemente. Em correspondência com seus colegas em Cambridge (Crick e Watson), Wilkins chamava a jovem cientista de "bruxa".
Mesmo menosprezada, Rosalind persistiu em seu projeto de DNA. Entre 1951 e 1953, ela chegou muito perto de descobrir a estrutura do composto orgânico. Crick e Watson, porém, publicaram a solução antes. Em 2010, foi comprovado que o pioneirismo dos cientistas foi, na verdade, baseado nos estudos de Franklin, a "mãe do DNA". A britânica fez os melhores registros fotográficos da estrutura até então, usando técnicas de raios-x. Ela permaneceu nove meses com o material, porém não identificou as hélices que, hoje se sabe, formam a estrutura helicoidal do DNA: o modelo da dupla hélice, proposto por James Watson e Francis Crick em 1953. O trabalho de Rosalind jamais foi mencionado pelos autores do artigo, publicado na revista Nature. Rosalind Franklin morreu no anonimato.
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